O uso de laranjeira azeda como porta-enxerto promove a produção de fruta de qualidade.
Natália Marques, professora na Universidade do Algarve (UAlg) e investigadora no Centro de Electrónica, Optoelectrónica e Telecomunicações (CEOT), está a desenvolver o projeto SourUnion com o objetivo de estudar o uso da laranjeira azeda como porta-enxerto para a produção de fruta com melhor qualidade.
A laranjeira azeda é um porta-enxerto de excelência que foi usado na região da bacia mediterrânica e na maioria das regiões agrícolas pelo seu valor agronómico pois promove a produção de fruta de boa qualidade e também apresenta resistência a numerosos fatores bióticos e abióticos.
No entanto, este porta-enxerto revelou-se ser suscetível ao vírus da tristeza, um vírus que é transmitido por afídios e que pode levar à morte da planta.
Isto levou a laranjeira azeda a ser substituída por outros porta-enxertos tolerantes ao vírus da tristeza. No entanto, estes porta-enxertos não apresentam as mesmas características que levam a laranjeira azeda a produzir fruta de boa qualidade.
O objetivo do projeto SourUnion é então avaliar os mecanismos biológicos que despoletam esta doença da tristeza de forma a encontrar soluções que permitam voltar a usar a laranjeira azeda como porta-enxerto.
Para tal foram feitas análises na região da enxertia do cal de laranjeira azeda em plantas com dois anos enxertadas com laranjeira azeda ou com limoeiro para determinar a resposta do porta-enxerto.
Os resultados obtidos indicam haver um painel de proteínas diferentes na laranjeira azeda consoante a variedade que está enxertada.
Esta identificação de proteínas insere-se numa abordagem que pretende aumentar a tolerância da laranjeira azeda ao vírus da tristeza de forma a aproveitar as suas elevadas qualidades agronómicas assim como melhorar outros porta-enxertos de elevado potencial.
Saiba mais sobre o investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | UAlg