Este tratamento está atualmente a ser usado em cavalos e em cães tendo já demonstrado promover uma regeneração rápida e com qualidade do tecido após lesão.
Ana Colette Maurício, professora no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e investigadora no Centro de Estudos de Ciência Animal do ICETA – Instituto de Ciências, Tecnologias e Agroambiente da Universidade do Porto, participa no Regenera, uma patente internacional que visa o desenvolvimento de terapias para o tratamento de lesões e ruturas de ligamentos com recurso a células estaminais.
“As células estaminais são células com um potencial muito grande em particular naquilo que nós chamamos as terapias celulares da medicina regenerativa, porque são células que podemos ir buscar a uma série de fontes e que têm uma capacidade muito grande de regeneração de tecidos”, explica.
A patente Regenera usa células estaminais mesenquimatosas, que são células multipotentes com grande capacidade regenerativa que são isoladas da membrana sinovial articular, uma membrana que existe ao nível das articulações dos mamíferos.
Esta patente é ao mesmo tempo um cocktail que usa também fatores de crescimento ou células do tecido do cordão umbilical.
Seguindo um conceito de One Health, que consiste em produzir terapias que possam ser aplicadas não apenas a humanos mas também a animais, a patente Regenera pode, no caso da medicina veterinária, recorrer a células do cordão umbilical de animais recém-nascidos, ou no caso da medicina humana, de bebés a partir de amostras dos bancos públicos de doação alogénica.
“O que nós temos verificado é que quando esta terapia é aplicada em cavalos com lesões tendinosas, ligamentosas, ou articulares, ela apresenta um efeito de regeneração rápida e de alta qualidade”, revela.
Esta terapia está também a ser aplicada em cães que apresentem osteoartrite crónica, uma doença que causa dor e que diminui a qualidade de vida do animal.
A aplicação local deste tipo de células tem apresentado um efeito muito positivo na redução de dor e na regeneração do tecido, promovendo o bem-estar dos animais.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | ICBAS
Créditos Foto: Corte-Real
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