A ideia é proteger espécies ameaçadas de plantas recorrendo a alternativas produzidas em laboratório.
Sandra Gonçalves, investigadora no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Universidade do Algarve (UAlg) e membro do MED – Instituto Mediterrânico para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, está a estudar o uso de técnicas de laboratório para a cultura de tecidos vegetais de espécies nativas à região do Mediterrâneo com potencial para consumo humano.
“Atualmente, a utilização de produtos de origem vegetal é cada vez mais valorizada uma vez que o próprio consumidor está cada vez mais ciente das vantagens da utilização de produtos naturais devido aos efeitos secundários de alguns produtos de origem sintética”, conta.
O Laboratório de Biotecnologia Vegetal da UAlg tem trabalhado na caracterização química e biológica de algumas espécies de plantas da região mediterrânica e também de agroprodutos. O objetivo é utilizar este conhecimento para desenvolver técnicas de cultura de tecidos vegetais em laboratório.
Recorrendo a estas técnicas será possível produzir biomassa vegetal em condições laboratoriais controladas que permitam obter material vegetal homogéneo e explorar as potencialidades das plantas sem comprometer as populações naturais, permitindo assim uma exploração sustentável destes recursos.
Para além disso, estas técnicas permitem também aplicar uma série de estratégias que permitem potenciar a resposta da planta e produzir uma maior quantidade de compostos de interesse.
Os resultados obtidos até ao momento indicam que a utilização destas técnicas pode ser vantajosa para a produção de compostos de interesse como é o caso dos compostos fenólicos.
“Estamos também interessados em avaliar a produção de outros grupos de compostos como é o caso dos compostos da família dos terpenos uma vez que estamos a trabalhar com plantas da família lamiaceae, uma família de plantas que tem muito interesse para várias aplicações não só a nível da alimentação, mas também da cosmética e da indústria farmacêutica”, revela.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | Google Scholar | PLANT | UAlg
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