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Ep. 1382 Eurico Morais de Sá – Investigação estuda como os tecidos do nosso organismo adquirem forma durante o crescimento celular

September 13, 2022

ep1382_interiorEste conhecimento poderá ser útil para a compreensão dos mecanismos genéticos que levam ao desenvolvimento de doenças como o cancro.


Eurico Morais de Sá, coordenador do Grupo de Polaridade Epitelial e Divisão Celular no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (UP), está a estudar os genes responsáveis pelo desenvolvimento das células do tecido epitelial, um tecido que funciona como revestimento da superfície dos diferentes órgãos.

“No nosso laboratório queremos responder a uma pergunta que é fundamental para a compreensão da biologia: Como é que os tecidos do organismo adquirem forma durante o crescimento de um órgão?”, questiona.

Em particular, a equipa de Eurico Morais de Sá está interessada no tecido epitelial. O tecido epitelial funciona como revestimento da superfície dos vários órgãos, desde a pele aos órgãos do aparelho digestivo, e é essencial para criar uma barreira que separa o ambiente interior do exterior.

Por outro lado, este tecido também é relevante no contexto do cancro, visto que 90% dos tumores malignos têm origem em tecido epitelial, e é sabido que a mudança da forma da célula epitelial pode promover a disseminação destes tumores pelo corpo.

Para estudar este processo o Grupo de Polaridade Epitelial e Divisão Celular usa a mosca da fruta como animal modelo, pois esta permite um maior nível de controlo sobre a sua manipulação genética.

“Usando a mosca da fruta conseguimos interromper a atividade dos seus genes, ou alterar a sua função. Ao mesmo tempo podemos usar microscopia de alta resolução para visualizar qual é o local preciso, assim como o momento, em que estes genes exercem a sua função para assegurar a arquitetura do tecido”, conta.

A longo prazo, o objetivo deste estudo é recolher informação sobre os mecanismos que garantem o normal desenvolvimento do organismo, e identificar os processos que estão associados à doença.

Este conhecimento irá permitir desenvolver novos alvos terapêuticos em doenças associadas à desorganização do tecido epitelial como o cancro ou doenças respiratórias e renais.

Saiba mais sobre o investigador em: twitter | Google Scholar | i3S

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