A identificação e minimização de fatores de ameaça ao saramugo, bem como medidas de ação de conservação desta espécie são os grandes objetivos desta investigação.
Maria Ilhéu, investigadora do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM) e docente do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento da Universidade de Évora (UÉ), estuda os efeitos das alterações climáticas no saramugo e trabalha no sentido de implementar medidas de conservação dessa espécie.
Trata-se de um peixe pequeno, endémico (único) da Península Ibérica, mais especificamente da bacia hidrográfica do Guadiana e do Guadalquivir, e que está classificado como em Perigo de Extinção pelo Instituto da Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF). “Constitui-se como um pequeno peixe que no fundo tem algumas dificuldades em fazer face a estas alterações globais que têm ocorrido nas últimas décadas”, explica a investigadora, acrescentando que esta espécie tem sofrido um conjunto de pressões, que se refletem no declínio das suas populações.
“Na década de 80 o saramugo estava relativamente bem distribuído por um conjunto de bacias hidrográficas do Guadiana, na parte portuguesa, e atualmente apresenta uma distribuição muito fragmentada com populações muito pequenas”, explica, razão pela qual esta espécie adquiriu um estatuto de grande preocupação. Nesse sentido, o saramugo tornou-se um alvo de conservação, tendo surgido desde então vários projeto, nomeadamente no âmbito de projetos LIFE, um dos quais teve início em 2014 e com o qual Maria Ilhéu colabora. Esse projeto “visa exatamente a conservação da espécie a partir não só daquilo que são aspetos de identificação dos fatores de ameaça e minimização dos mesmos, como ações concretas de reabilitação do habitat para melhoria das condições das populações”, conclui a cientista.
Para saber mais sobre o Projeto LIFE Saramugo consulte: http://lifesaramugo.lpn.pt/pt
Saiba mais sobre a investigadora em: UÉ | ResearchGate
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