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Ep. 376 Rui Marques – Grupo monitoriza os movimentos de vertente nos Açores para proteger as populações contra derrocadas

May 02, 2018

ep376_interiorOs movimentos de vertente nos Açores ao contrário do que muitas pessoas pensam, correspondem ao perigo natural que mais vítimas mortais tem feito nos últimos anos. Só na ilha de São Miguel desde o séc. XIX morreram 74 pessoas, vítimas de derrocadas provocadas por movimentos de vertente.​


Rui Marques, investigador do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) e membro integrado do Instituto de Vulcanologia e Avaliação de Riscos (IVAR) da Universidade dos Açores (UAC), está a monitorizar e a estudar os movimentos de vertente no arquipélago de forma a desenvolver sistemas de alerta capazes de proteger as populações contra este fenómeno.

Os movimentos de vertente são massas de solo e/ou rocha instabilizada que progridem normalmente numa vertente no sentido para jusante e para o exterior dessa vertente e que podem ser desencadeados por inúmeros factores, quer sejam precipitação ou sismos ou até por acções do homem.

“Relativamente à investigação que nós fazemos aqui nos Açores sobre esta temática, podemos dividi-la em duas escalas, uma à escala macro e uma à escala micro. A esta escala macro o que nós tentamos é entender como é que os factores de predisposição, ou seja, as características do terreno vão afetar a distribuição espacial deste tipo de fenómenos e depois entender também como é que os factores desencadeantes ou seja a precipitação, os sismos, a intensidade dos sismos, os padrões de precipitação atuam para o desencadeamento destes movimentos de vertente”, explica.

Através do desenvolvimento de modelos de previsão Rui Marques crê que será possível identificar locais específicos e agir neles de forma a evitar futuros desastres. Esta informação pode também ser usada pelas entidades governamentais para tomarem decisões sobre o ordenamento de território.

“Se nós através de modelos numéricos conseguirmos entender esta variação espacial e esta variação temporal conseguimos criar aqui produtos muito interessantes, por um lado a parte de avaliação espacial e de previsão temporal dá-nos ferramentas extremamente importantes no domínio do ordenamento de território e da protecção civil e por outro lado, o domínio tempo, e a previsão do tempo, permite-nos antever em alguns locais específicos e dar alertas com alguma antecedência para tentar mitigar o risco associado a este perigo”, salienta. 

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | IVAR

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