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Ep. 663 Martinho Oliveira – Desenvolvida técnica de impressão 3D com cortiça

July 10, 2019

ep663_interiorEsta investigação desenvolveu uma técnica de fusão de filamento para impressão 3D que combina um termoplástico com resíduos da indústria produtora de cortiça para produzir objetos impressos neste material.​


Martinho Oliveira, investigador do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e director da Escola Superior Aveiro Norte (ESAN), foi, em conjunto com Elisabete Costa, orientador desta investigação desenvolvida por Tatiana Antunes no âmbito da sua tese de mestrado em Engenharia dos Materiais.

“Neste momento temos várias linhas de investigação na área do desenvolvimento de produtos para impressão 3D e essas linhas de investigação cobrem produtos tão diferentes e diferenciados quanto materiais de natureza plástica ou termoplástica até materiais que podem ser usados para o desenvolvimento de alimentos”, conta.

Este trabalho teve como objetivo produzir um material para impressão 3D biodegradável e amigo do ambiente.

“Os maiores grupos de transformação de cortiça estão sediados nesta região e a cortiça no seu processamento gera vários resíduos, um deles é de uma natureza de pó e pensou-se em incorporar este resíduo de cortiça no fabrico aditivo”, revela.

Neste caso específico Tatiana Antunes optou por combinar uma matriz termoplástica de PLA com uma matriz de cortiça para desenvolver esta técnica.

“O PLA, o termoplástico que utilizámos nesta formulação, tem características muito interessantes para o desenvolvimento deste compósito. O que nós fizemos foi combinar estes dois materiais de maneira a que eles se pudessem unir e ligar do ponto de vista químico, não foi uma mera mistura mecânica”, acrescenta.

Esta formulação permitiu obter um filamento com características únicas que o permitem ser usado em impressão 3D por fusão de filamento.

A técnica usada na produção deste filamento permite que a cortiça mantenha as suas características de textura, cor e cheiro.

A impressão 3D tradicional imite um odor forte a plástico que, embora não seja tóxico, pode ser desconfortável especialmente se a impressora estiver localizada num local fechado e sem ventilação. Esta técnica troca o cheiro a plástico pelo odor a cortiça, um cheiro mais natural e mais fácil de tolerar.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | CICECO | UA

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