Conhecidas como ‘caviar português’, as gonadas de ouriço-do-mar são hoje consideradas uma iguaria gourmet com forte presença no mercado asiático.
Marta Ressureição, investigadora no MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente na Universidade de Coimbra (UC), está a desenvolver o projeto OtimO com o objetivo de optimizar as técnicas de produção de ouriço-do-mar em aquacultura.
Este projeto está particularmente interessado na espécie Paracentrotus lividus, uma espécie de ouriço-do-mar que durante o desenvolvimento larvar tem a necessidade de assentar numa superfície de forma a atingir a maturidade sexual.
“Esta fase tem apresentado muitos problemas. Precisamos de mais conhecimento sobre o que é que induz o assentamento, e o que é que nos vai levar a ter mais ouriços-do-mar a partir do mesmo número de larvas”, conta.
Nas instalações do MARE na Figueira da Foz estão a ser desenvolvidas experiências em duas instalações piloto com adultos em idade reprodutiva e com juvenis desta espécie.
“Temos também tanques larvares onde estamos a procurar provocar este assentamento para ter ouriços-do-mar pequeninos”, acrescenta.
Até ao momento, o grupo de Marta Ressurreição já conseguiu induzir a reprodução destes ouriços-do-mar garantindo uma produção regular de ovos todos os meses.
Atualmente, estão a ser trabalhadas diferentes dietas que permitam um melhoramento da gonada quer ao nível da cor, quer ao nível da sua qualidade nutricional.
“Encontrámos já uma dieta que nos permite ter taxas de crescimento de ouriços-do-mar interessantes, e agora estamos focados no desenvolvimento larvar, no assentamento, nas dietas e nas suas necessidades”, revela.
O projeto OtimO está a ser desenvolvido no pólo MAREFOZ e conta com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) através do programa MAR2020.
Saiba mais sobre a investigadora em: MARE
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