O objetivo deste estudo é criar uma base comparativa que permita determinar quando um lago vulcânico está a produzir mais CO2 que o normal. Esta informação poderá servir de alerta para o aumento da atividade vulcânica na região.
César Andrade, investigador no IVAR – Instituto de Vulcanologia e Avaliação de Risco da Universidade dos Açores (UAC) e membro do CIVISA – Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores, está a estudar os níveis de dióxido de carbono produzidos pelos lagos vulcânicos no arquipélago dos Açores.
Durante a última década César Andrade tem sido responsável por estudar os lagos vulcânicos dos Açores. Este estudo incidiu sobre 45 lagos vulcânicos espalhados pelo arquipélago dos Açores, totalizando mais de 16 mil medições de fluxo de dióxido de carbono à superfície dessas massas de água.
Estas medições permitiram verificar que no Verão os valores tendem a ser mais reduzidos visto que o dióxido de carbono fica retido em profundidade.
Já durante o Inverno os valores são mais elevados por efeito da estratificação térmica, um dos fatores que incrementa a emissão de CO2, mas também por ação da eutrofização que leva ao surgimento de blooms de algas e de massas densas de macrófitas, aumentando a libertação de CO2 para a atmosfera.
Com base nesta análise é possível estimar que ao longo de um ano estas massas de água libertam cerca de 17 mil toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera.
Com este estudo foram possíveis obter os valores base de libertação de CO2 nos lagos vulcânicos do arquipélago dos Açores. Eventuais oscilações desses valores em trabalhos futuros poderão significar um incremento da atividade vulcânica na região.
“Esta informação permite-nos ter uma linha de base para que sirva de alerta para a ocorrência de manifestações em profundidade dos nossos vulcões”, reforça.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | IVAR
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