Estre trabalho visa também compreender a relação da doença da volta com a carência de cobalto nos solos de pastagem da ilha.
Diana Linhares, investigadora no IVAR – Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Risco da Universidade dos Açores (UAC), participa num projeto que visa caracterizar os elementos químicos presentes nos solos da Ilha de São Miguel, nos Açores.
A doença da volta é uma doença que afeta o gado bovino na Ilha de São Miguel e que está associada a uma carência de cobalto nos solos de pastagem.
No passado, apesar de não se conhecer esta diferença de concentrações de cobalto no solos, nem os efeitos que o cobalto tinha nos animais, sendo um elemento fundamental para a síntese da vitamina B12, de uma forma intuitiva os produtores agrícolas levavam o seu gado da zona da Povoação e das Furnas a dar uma volta ao Norte da ilha onde aparentemente as pastagens tinham outras características que lhes aumentavam a vivacidade, o apetite, e a própria produção leiteira.
Recentemente, através de análises geoquímicas e ecotoxicológicas do solo, foi possível verificar que solos com origem traquíticas, como na zona da Povoação, das Furnas, e das Sete Cidades, quando comparados com solos de origens basálticas, como os solos do Nordeste e do do complexo dos Picos, são bastante deficitários em vários elementos químicos, e em particular em cobalto.
É esta carência em cobalto que vem agravar o estado de saúde dos animais que pastoreiam nestas zonas, e era isto que no passado desencadeava a necessidade dos produtores agrícolas darem a chamada volta para zonas de pastagem onde os solos tinham todos os nutrientes que eram essenciais para um bom funcionamento, e desenvolvimento do animal.
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