Esta investigação está a analisar como uma toxina capaz de afetar as bactérias do intestino pode ter impacto no sistema nervoso central.
Nuno Empadinhas, investigador no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), está a estudar a relação entre a saúde do microbioma intestinal e a doença de Parkinson.
“Estamos a desenvolver um projeto que relaciona o microbioma intestinal com a doença de Parkinson . Queremos tentar perceber como é que bactérias do intestino podem ter efeitos nos neurónios do sistema nervoso central e daí desenvolver uma doença neurodegenerativa”, explica.
Para tal, a equipa de Nuno Empadinhas tem vindo a estudar uma toxina conhecida por causar efeitos a nível do sistema nervoso central.
Para estudar esta toxina foram realizados estudos em modelos animais de ratinho que permitiram demonstrar que a administração crónica desta toxina no ratinhos afetava a composição do seu microbioma intestinal.
Nomeadamente, esta toxina eliminava um grupo de bactérias do intestino que é muito importante para manter a imunidade ao nível da mucosa intestinal.
“Verificámos também que ao administrar esta toxina os animais desenvolviam tremores e demais sintomas clássicos da doença de Parkinson”, conta.
No entanto, estes microrganismos em particular existem apenas no intestino do ratinho. Para poder relacionar esta toxina com o desenvolvimento da doença de Parkinson em humanos é necessário identificar no nosso microbioma as bactérias que têm um comportamento idêntico às dos ratinhos.
“Precisamos agora de identificar quais são estas bactérias no microbioma intestinal dos humanos, é esse o próximo passo”, revela.
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