O objetivo deste estudo é perceber se este elemento é passado para os organismos que habitam na proximidade do vulcão e qual o seu efeito no ecossistema e na população local.
Armindo Rodrigues, professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade dos Açores (UAC) e investigador no IVAR – Instituto de Vulcanologia e Avaliação de Riscos, está a desenvolver um projeto que visa medir e quantificar o mercúrio elemental gasoso produzido pelo vulcão das Furnas e o seu impacto na população local.
“Neste momento estamos envolvidos num projeto que visa a medição e a quantificação do mercúrio elemental gasoso produzido pelo vulcão das Furnas com o objetivo de tentar perceber se esse mercúrio estava disponível para entrar nos sistemas biológicos, ou seja, nos organismos”, conta.
Foram utilizados ratinhos das furnas para perceber se estes animais eram afetados pelo mercúrio elemental gasoso emitido pelo vulcão. As análises destes animais revelaram que existiam depósitos de mercúrio quer no sistema nervoso central, quer nos pulmões.
Isto significa que a via de entrada deste mercúrio gasoso eram os pulmões, e que ele chegava ao sistema nervoso central, quer ao cérebro, quer à medula espinhal.
Identificada a presença deste elemento, o passo seguinte foi estudar os efeitos do mercúrio elemental gasoso nos ratinhos, mas também nas pessoas que vivem nas Furnas.
“O projeto já tem a segunda fase praticamente concluída em associação com colegas da Universidade de Alicante, Espanha, e agora vamos avançar com algumas abordagens com psicólogos para tentar perceber, por exemplo, ao nível da comunidade mais jovem em idade escolar, se a exposição de forma crónica a este ambiente terá impacto do ponto de vista neurológico”, revela.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | IVAR
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