Um dos objetivos deste projeto é promover a inclusão destas instituições nas cartas educativas dos municípios alentejanos.
Bravo Nico, professor na Universidade de Évora (UÉ) e membro integrado do Centro de Investigação em Educação e Psicologia (CIEP), está a desenvolver o projeto Educação Não Formal no Alentejo com o objetivo de identificar as instituições não escolares que promovem a qualificação da população local em contextos informais.
A educação não formal é caracterizada por um conjunto de processos educativos que ocorrem fora das instituições de ensino, que não necessariamente conduzem a uma certificação, mas que têm um certo nível de estruturação e organização.
Alguns exemplos de instituições de ensino não formal são as bandas filarmónicas, os bombeiros voluntários, os grupos de Carnaval, e até os clubes desportivos.
Este projeto pretende conhecer as principais instituições não escolares que promovem aprendizagens não formais no Alentejo.
Nesse sentido, a equipa de Bravo Nico está a ir de município a município a identificar as instituições mais significativas na qualificação da população, com o propósito de as conhecer, e de caracterizar os contextos de aprendizagem não formal que estas instituições disponibilizam à população do seu território.
“Isto é um exercício que não está feito, uma vês que as cartas educativas, que são os documentos oficiais e públicos que existem em cada município, apenas dizem respeito à educação formal. Enquanto as instituições formais de ensino são relativamente bem conhecidas, as de educação não formal não o são, e nós necessitamos de conhecer bem a rede para que esta possa ser melhor trabalhada”, conta.
Segundo Bravo Nico, é necessário construir canais de comunicação entre os contextos formais e informais de educação. Isto poderá trazer mais-valias não apenas para a população local mas também para as próprias instituições de ensino. Permitindo, por exemplo, coordenar horários e ajustar as redes de transporte locais para melhor servirem as diferentes instituições.
Este projeto pretende também incluir a educação não formal na política pública de educação. Em particular, que estas instituições sejam consideradas nas cartas educativas dos municípios.
Trabalho esse que já está a ser desenvolvido nos municípios de Alandroal e de Portel, no Alentejo, e em Vila do Bispo, no Algarve.
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