Cerca de 110 países e mais de cinco mil empresas traçaram como objetivo atingir a neutralidade carbónica até 2050.
Joaquim Esteves da Silva, professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e investigador no Centro de Investigação em Química (CIQUP), dedica a sua investigação ao estudo das medidas propostas para atingir a neutralidade carbónica até 2050.
“Como é que se consegue ser neutro em carbono? No fundo, vamos continuar a emitir algum dióxido de carbono (CO2). Não vamos conseguir eliminar completamente as emissões, mas vamos compensar essas emissões com o sequestro do CO2 que é emitido”, explica.
Para sequestrar o CO2 emitido pela atividade humana, Joaquim Esteves da Silva acredita que devemos recorrer aos mecanismos naturais de sequestro de carbono que o nosso planeta nos oferece, mais concretamente, usando o solo e as árvores para atingir esse objetivo.
“Devemos aumentar a área florestal e potenciar o mais possível a entrada de matéria orgânica para o solo. É este o objetivo da neutralidade carbónica. Que todas as atividades económicas façam um levantamento das suas emissões e procurem compensar essas emissões sob a forma de sequestro de carbono”, acrescenta.
Joaquim Esteves da Silva espera que os governos, as empresas, e os cidadãos, contribuam para a neutralidade carbónica, através de medidas que promovam não só a redução das emissões de gases de efeito de estufa, mas também a compensação destas emissões através do sequestro de carbono.
“Se nada for feito, nós não vamos ter um planeta a funcionar daqui a uns tempos. Ou seja, se não fizermos nada rapidamente, o equilíbrio climático que queremos atingir com a nossa lei do clima vai deixar de existir. Aliás, há quem diga que já vamos atrasados”, alerta.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | FCUP
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