Este estudo está a olhar em particular para o impacto dos grandes projetos de transição energética no contexto europeu e africano.
Ruy Blanes, investigador no CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia no ISCTE-IUL, está a estudar os impactos sociais e socioambientais da transição energética na Europa e em África.
Esta investigação está a avaliar projetos de transição energética de combustíveis fósseis para uma energia verde em diferentes pontos do Mundo, mais concretamente estão a ser realizados estudos de caso em Portugal, Espanha, Itália, Angola, Moçambique e Mauritânia.
Embora a transição energética seja um passo necessário para mitigar os efeitos das alterações climáticas, projetos como a extração de lítio, a produção de hidrogénio verde, e a construção de barragens hidroeléctricas e de parques solares e eólicos, têm impactos ambientais e sociais nas populações que são diretamente afetadas por estes empreendimentos, e cuja opinião nem sempre é tida em conta.
“No fundo estamos a tentar perceber quais é que são os impactos sociais e socioambientais a nível local dos grandes projetos que estão a ser desenvolvidos no âmbito deste debate sobre a transição energética”, acrescenta.
A ideia é fazer um acompanhamento no local através de metodologias antropológicas de trabalho de campo, o que implica uma estadia prolongada em cada país para conhecer de perto quem são os principais atores, quais os seus posicionamentos, as suas agendas, e os seus interesses.
Ruy Blanes pretende também conhecer quais são os impactos que estes projetos poderão ter na vida das pessoas, não apenas no seu quotidiano mas também através da análise dos impactos no ambiente e no seu modo de vida.
“Pretendemos também estudar como a população responde e se mobiliza em torno destes projetos”, acrescenta.
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