O objetivo é aumentar o teor de carbono do solo recorrendo a soluções sustentáveis através do reaproveitamento de resíduos.
Zulimar Hernandez, investigadora no SusTEC – Laboratório Associado para a Sustentabilidade e Tecnologia em Regiões do Interior no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), está a desenvolver técnicas de compostagem com base em bagaço de azeitona para melhorar a retenção de água dos solos agrícolas.
A região de Trás-os-Montes e Alto Douro é uma das regiões do país com maior risco de desertificação devido entre outros fatores ao baixo teor de matéria orgânica nos solos, o que se traduz num baixo nível de carbono no solo.
Quanto maior é o teor de carbono no solo maior é a sua capacidade de reter água e maior é a sua capacidade de resiliência às alterações climáticas.
Para aumentar os níveis de carbono no solo, a equipa de Zulimar Hernandez está a produzir fertilizantes orgânicos à base de bagaço de azeitona que é um dos principais subprodutos da fileira olivícola.
A ideia passa por otimizar o processo de compostagem do bagaço de azeitona utilizando técnicas analíticas inovadoras que permitem identificar a presença de macromoléculas de interesse como a lenhina e os ácidos gordos, e determinar as relações atómicas destas moléculas dentro do composto.
Esta técnica irá melhorar a eficiência do processo de compostagem e a eficácia da aplicação do composto no solo, permitindo assim aumentar a retenção de água no solo.
Após dois anos de experimentação, o primeiro resultado demonstrou que a aplicação de compostos à base de bagaço de azeitona no solo pode aumentar em 1% o carbono do solo, e em 20% a estabilidade do agregado e a retenção de água.
“Pretendemos desta forma contribuir para a luta contra a desertificação e a seca em Portugal com base em princípios de economia circular”, reforça.
Saiba mais sobre a investigadora em: CIMO