A incapacidade de extinguir memórias de medo é um dos fatores que leva ao desenvolvimento de doenças como o stress pós-traumático.
Mónica Santos, investigadora no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), está a estudar os mecanismos neuronais que levam à extinção de memórias de medo.
Doenças do foro da ansiedade como o stress pós-traumático têm em comum uma alteração na formação das memórias de medo. Isto faz com que estas pessoas tenham uma memória de medo mais forte e maior dificuldade na extinção destas mesmas memórias.
A equipa de Mónica Santos identificou uma molécula chamada de TrkC que se trata de um recetor de outra molécula, a neurotrofina 3. Estas moléculas têm o papel de promover a plasticidade sinática, ou seja, a forma comos os neurónios comunicam entre si. Para além disso, quando o recetor TrkC é ativado há uma melhor comunicação entre os neurónios.
Nesta investigação foi possível perceber que esta molécula está também associada à formação e à extinção de memórias de medo. Ativando esta molécula em determinados momentos é possível extinguir uma memória de medo.
Este estudo demonstrou que a molécula TrkC pode ser um bom alvo terapêutico para o desenvolvimento de novos fármacos que possam ser usados no tratamento de pacientes que sofram de doenças do foro da ansiedade, como o stress pós-traumático.
Estes fármacos poderão, por exemplo, ser administrados em conjunto com as terapias de exposição cognitiva que são atualmente usadas no tratamento destas doenças.
Saiba mais sobre a investigadora em: CNC
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