Deve ser evitado o consumo de pescado com alto teor de mercúrio como o cação, o peixe-espada, e o atum.
Catarina Carvalho, professora na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) e investigadora no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), avaliou a segurança alimentar do consumo de peixe, crustáceos, e moluscos na população portuguesa.
“A minha investigação relaciona-se com a avaliação do impacto na saúde das escolhas alimentares utilizando metodologias de avaliação de risco-benefício, que permitem combinar simultaneamente os riscos e os benefícios associados à transição dos padrões de consumo de alimentos, para estimar ou simular cenários onde fizemos alterar a frequência e o tipo de consumo de peixe, crustáceos, e moluscos na população portuguesa”, explica.
Neste estudo foi possível verificar que nos grupos mais vulneráveis, e em particular nas mulheres grávidas, um consumo superior a cinco vezes por semana de pescado com alto teor de mercúrio pode levar a um aumento do risco de nascimento de crianças com problemas ao nível do neurodesenvolvimento.
Isto acontece porque o mercúrio é capaz de atravessar a barreira placentária, sendo que este metal pode afetar o neurodesenvolvimento do feto.
Segundo a recomendação das entidades europeias, estes grupos populacionais devem limitar a frequência de consumo de pescado a três ou quatro vezes por semana, e evitar espécies como o cação, o peixe-espada, e o atum, preferindo outras espécies com menores níveis de contaminação por mercúrio, como a cavala, o salmão, a sardinha, a pescada, e o bacalhau.
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