Usar uma lareira aberta pode reduzir entre um a um ano e meio a esperança de vida dos ocupantes.
Nuno Martins, investigador no IDL – Instituto Dom Luiz na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), avaliou o impacto das partículas emitidas pelas lareiras na esperança de vida dos ocupantes.
Este estudo foi realizado em três fases. A primeira visava medir a emissão de partículas finas da lareira para o espaço ocupado. Na segunda fase foi feito um trabalho de simulação para estimar o aumento de exposição a partículas finas que vêm da lareira para aquecer a casa, e, por fim, a terceira fase tinha como objetivo converter este aumento de exposição numa perda de esperança de vida.
A primeira fase consistiu em colocar um equipamento para medir a concentração de partículas perto de uma lareira onde era queimada lenha, acrescentando lenha quando era necessário acender a lareira e mantendo a chama viva durante o período de medição.
Foram testadas lareiras abertas tradicionais em pedra e lareiras fechadas de metal com uma porta de vidro. Entre as lareiras fechadas foram analisadas lareiras com entrada de ar para o espaço ocupado e com admissão de ar da rua.
A lareira aberta foi a que teve os piores resultados, apresentando um maior aumento de exposição a partículas finas no interior do espaço.
“Nós estimámos que usando esta lareira para aquecer durante a estação de aquecimento ao longo de uma vida resulta numa perda de esperança de vida de um a um ano e meio”, revela.
As lareiras fechadas tiveram um impacto menor por serem mais eficientes precisando de menos lenha para aquecer, o que levou a uma redução das partículas libertadas para o espaço ocupado.
Já a lareira fechada com a admissão de ar da rua praticamente não apresentou qualquer emissão para o espaço interior e, portanto, teve um impacto muito pouco significativo na esperança de vida dos ocupantes.
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