Projeto de investigação estuda o fenómeno de pinking, um fenómeno raro que acontece no vinho branco e que é caracterizado pelo aparecimento de uma cor rosa salmão.
Fernando Nunes, docente do departamento de Química da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e investigador do Centro de Química de Vila Real, está empenhado em registar o vinho pinking como um novo género a par do branco, tinto e rosé.
“O pinking é um fenómeno que acontece nos vinhos brancos que desde há 30 anos para cá era considerado um defeito pelo aparecimento de uma cor rosa salmão maioritariamente em vinhos brancos engarrafados”, explica o investigador. Este estudo descobriu que este fenómeno se deve à produção de antocianinas, que são os compostos que dão a cor vermelha aos vinhos mesmo em castas de uvas brancas. Por norma a quantidade de antocianinas que é produzida não é suficientemente elevada para que olhando para as uvas se veja que elas tenham antocianinas, mas durante o processo de produção elas são extraídas e acabam aparecer no vinho.
No entanto nem todos os anos estão reunidas as condições para que a quantidade de antocianinas que as uvas produzem permitam obter esta cor rosa salmão no vinho: “é necessário que as condições climatéricas sejam ótimas para que elas produzam uma quantidade suficientemente elevada para que o vinho consiga ficar com esta cor”, explica Fernando Nunes.
No caso da casta síria da região de Figueira de Castelo Rodrigo, onde o pinking é mais frequente, “é necessário que as condições climatéricas sejam específicas, nomeadamente que a temperatura média dos 10 primeiros dias de Outubro, que são coincidentes com o final do processo de maturação sejam mais baixas para que elas consigam produzir maior quantidade e leve ao aparecimento desta cor rosa salmão que descreve o pinking”, conclui.
Saiba mais sobre o investigador em: UTAD | ResearchGate | DeGóis
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