Todos nós tomamos decisões corriqueiras no nosso dia-a-dia. Decisões como o que vestir, ou o que jantar. Mas há pessoas que em determinados momentos têm que tomar decisões, decisões críticas, que podem significar a vida ou a morte.
Rui Costa Lopes, investigador no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa (UL), está a desenvolver um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) que tem como objetivo compreender e identificar os fatores que movem as pessoas em posição de poder, como Médicos, Juízes, ou Polícias, a tomar decisões que podem afetar a vida de outras pessoas.
“Há determinadas pessoas que em certos momentos têm que tomar decisões, decisões críticas como um polícia que tem que decidir se dispara ou se não dispara contra um suspeito, um médico que decide quem tem mais prioridade numa lista de espera, ou um juiz que tem que decidir que pena atribuir a um arguido ou a um réu”, acrescenta.
Um estudo realizado com estudantes universitários pediu aos participantes que tomassem decisões de atribuição de pena de prisão a partir da descrição de casos criminais.
Os resultados demonstraram que os participantes atribuíam penas mais elevadas a réus negros do que a réus brancos com cadastros idênticos, mesmo tendo estes cometido o mesmo tipo de crime.
Os participantes tiveram também que decidir que paciente deveria ter prioridade numa lista de espera para transplante e os resultados foram idênticos. Apesar de ambos os pacientes terem o mesmo historial clínico, a mesma idade e os mesmos dados, os participantes deram prioridade ao paciente branco.
“Será que pensamos, de forma consciente ou não, que a vida de um toxicodependente vale o mesmo que a de outras pessoas, será que pensamos que a vida de um emigrante ou de um refugiado vale tanto como a de um cidadão do nosso país e, principalmente, será que achamos que estas avaliações de valor da vida das pessoas têm um impacto nas decisões que nós tomamos?”, questiona.
Como tomamos estas decisões? Será que nesses momentos temos em conta o estatuto das pessoas que são alvo dessas decisões?
Para responder a estas questões, Rui Costa Lopes quer agora convidar as pessoas que efetivamente tomam estas decisões no seu dia-a-dia, pessoas como os polícias, os juízes ou os médicos, a participarem na sua investigação.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Google Scholar | ICS
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