arqueologia,
90 seg

Ep. 92 Leonor Medeiros – Recuperar comunidades pós-industriais através do seu passado arqueológico

March 29, 2017

ep092_interiorDurante o período de desenvolvimento industrial foram criadas diversas comunidades à volta de minas e fábricas que entretanto foram encerradas ou deixaram de funcionar. Estudar o património deixado por estas comunidades é o primeiro passo para recuperar o espírito comunitário destas povoações.​


Leonor Medeiros, arqueóloga e investigadora do Centro de História d'Aquém e d'Além-Mar (CHAM) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) Universidade Nova de Lisboa (UNL), está a estudar as comunidades mineiras, ligadas à indústria da extração, e o que acontece a estas comunidades quando veem fechar as suas minas.

“A minha investigação atual é no campo das paisagens culturais do período industrial. Quando estas comunidades mineiras veem fechar a mina ficam sem o seu principal ponto de emprego, sem a sua principal fonte económica, e ficam sem o seu elemento estruturador da sociedade”, afirma.

A investigadora encara o desaparecimento da indústria numa determinada região como a criação de um vazio que ainda hoje é sentido dentro destas comunidades pós-industriais. Estas povoações são muitas vezes afetadas por graves problemas económicos e sociais. Segundo Leonor Medeiros, nas entrevistas realizou na Mina de São Domingos, é possível notar-se um grande saudosismo por um ambiente familiar, de comunidade que apesar de todas as suas dificuldades, e de todos os seus riscos, ainda hoje é relembrado pelas pessoas que ainda ali vivem.

Leonor Medeiros propõe unir estas pessoas em torno do património industrial de forma a reavivar o seu espírito de comunidade: “As comunidades já estão muito desmembradas, estão desapoiadas e o que propomos não é apenas um novo desenvolvimento. Não vamos construir aqui uma nova infraestrutura. Vamos unir estas comunidades num objetivo comum e dizer-lhes, têm aqui este património, temos as paisagens, temos as estruturas, temos os objetos, temos as pessoas que aqui trabalharam. Vamos utilizar isto para lançar esta comunidade para uma nova fase para não ficarem esquecidas no tempo.”

Saiba mais sobre a investigadora em: LinkedInCHAM | Blog | Twitter

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