Esta iniciativa desenvolveu uma série de narrativas exploradas através do caminhar que visavam trazer a arte para a rua e para percursos feitos a pé.
Natacha Moutinho, investigadora no Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT) e professora auxiliar na Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho (UM), coordenou o projeto Drifting Bodies/Fluent Spaces uma iniciativa artística sobre a ciência do caminhar que teve como objetivo explorar a prática do caminhar como uma metodologia artística.
“Com este projeto procurámos formas exploratórias e disruptivas de pensar o nosso tempo, a nossa geografia, a nossa cultura, a nossa paisagem, e o ambiente que nos envolve a partir de um posicionamento simples da hipótese de colocar um pé à frente do outro”, explica.
O que nos leva a caminhar e o que tentamos encontrar nesse percurso são algumas das questões que Natacha Moutinho procurou responder com esta iniciativa.
“Porque é que nós caminhamos? Porque é que nós andamos por aí? Porque é que nós deambulamos? Que sentido é que nós temos para fazer isso? Queremos descobrir alguma coisa? Queremos descobrir o caminho, seja ele exterior, seja ele interior, para nos encontrarmos a nós próprios? O que é que isto significa?”, questiona.
Este projeto colocou duas hipóteses, a primeira sobre a valorização do percurso, reconhecendo que o processo é mais importante que o fim, e que as pessoas caminham pelo ato em si e não com um propósito objetivo. A segunda parte de um reconhecimento que os caminhos são feitos para serem descobertos e para serem partilhados para, desta forma, melhor compreendermos os outros, o Mundo que nos rodeia, e daí também a nós próprios.
A pandemia de COVID-19 e os confinamentos a ela associados veio trazer uma nova questão para este processo, sobre como podemos continuar a caminhar quando não podemos usar o corpo para o fazer, e como estes hábitos foram afetados pelas limitações impostas por este contexto.
Saiba mais sobre a investigadora em: Google Scholar | UM