Atualmente, cerca de 2,6 milhões de pessoas no Mundo utilizam cateteres para fazer hemodiálise. 15% destas pessoas acabam por morrer devido a infeções associadas a estes cateteres.
Inês Gonçalves, líder do grupo de Biomaterias Avançados de Grafeno do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, está a desenvolver a SmartCap, uma tampa com propriedades antimicrobianas que pretende reduzir as infeções associadas a cateteres em pessoas que fazem hemodiálise.
“Existe uma necessidade muito grande de tentar melhorar as propriedades antimicrobianas dos cateteres e nesse sentido desenvolvemos e patenteámos uma tecnologia que se baseia na irradiação de grafeno com uma fonte de luz infravermelho que consegue matar cerca de 99% das bactérias que estão na envolvente do cateter, mesmo as bactérias que são resistentes aos antibióticos”, revela.
O grafeno é um material composto por camadas de carbono que lhe conferem uma elevada resistência. Este material é atualmente usado em aplicações de nanotecnologia nas mais diversas áreas.
Partindo desta ideia, Inês Gonçalves propõe o desenvolvimento de uma simples tampa usada como barreira física nos cateteres mas que tenha a capacidade de desinfectar o cateter. Esta tampa terá uma componente de grafeno que após ser irradiada com luz infravermelha irá matar as bactérias que se encontrem no interior do cateter durante a sessão de hemodiálise.
Neste momento está a ser desenvolvido um protótipo que será testado em cateteres removidos de pacientes para conseguir avaliar a sua eficácia.
O desenvolvimento da SmartCap está a ser financiado pela Fundação la Caixa e pelo Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT Health).
O objetivo final deste financiamento é criar uma startup que permita comercializar a SmartCap.
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