Estes hidrogéis podem ser aplicados em lentes de contacto para o tratamento de doenças como o glaucoma ou o edema diabético.
Ana Paula Serro, professora no Instituto Superior Técnico (IST), investigadora no Centro de Química Estrutural (CQE), e coordenadora do Grupo de Investigação em Biomateriais (BIOMAT), está a desenvolver hidrogéis com a capacidade de libertação controlada de fármacos que possam ser usados no tratamento de doenças oculares.
Os hidrogéis são redes poliméricas tridimensionais que têm uma elevada capacidade de absorção e retenção de água e que podem ser desenhados de forma a terem propriedades muito semelhantes aos tecidos biológicos.
São utilizados em diversas aplicações biomédicas entre as quais lentes de contacto e têm vindo a despertar o interesse como plataformas para veiculação de fármacos.
Neste momento, o grupo de Ana Paula Serro está a participar em dois projetos de investigação, o projeto europeu ORBITAL e o SOL, que é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Ambos os projetos têm como objetivo investigar a possibilidade de usar lentes de contacto carregadas com fármacos para o tratamento e profilaxia de doenças oculares.
A libertação controlada de fármacos a partir de lentes de contacto permite tratar diversas doenças não só crónicas mas também agudas.
Como exemplos de doenças crónicas temos o glaucoma, o edema macular diabético, ou a degeneração da mácula.
Estas lentes poderão também ser usadas para tratar doenças agudas como alergias, o olho seco, queratites, inflamações e infeções que possam ocorrer no olho.
Um dos problemas do tratamento destas doenças é recorrer ao uso de gotas que não são fáceis de colocar no olho.
Esta tecnologia tem a vantagem de ser passiva, pois o paciente precisa apenas de colocar a lente no olho e esta libertará os fármacos de forma controlada ao longo do dia, garantido que o tratamento é efetivamente realizado.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | CQE